quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quem faz psicoterapia não é doente mental.


A pessoa que faz psicoterapia não é considerada “louca” ou “neurótica” e muito menos portadora de doença mental. Como tão bem disse o Prof. Lannoy Dorin, autor de quase 40 livros na área, “a maior parte dos transtornos comportamentais e da personalidade nada tem a ver com doença. Eles são devido ao que não vemos e não fotografamos, como insegurança, amor, raiva, ódio, tristeza, desejo, saudade, tédio, solidão, depressão, ciúme, remorso, complexos, etc”. Não existe uma clara definição do que é ser “normal” ou “anormal”.

De acordo com a psicóloga Mariuza Pregnolato, autora de diversos artigos na área com publicações na mídia, os principais motivos que levam as pessoas a procurarem psicoterapia são: dificuldades nos relacionamentos amorosos, depressão, baixa auto-estima e transtornos comportamentais. Existem ainda pessoas que desejam apenas se conhecer melhor, outras porque estão indecisas quanto ao futuro profissional necessitando de orientação profissional/vocacional, nada tendo a ver com “loucura”.

Skinner afirma que “a psicoterapia é, freqüentemente, um espaço para aumentar a auto-observação, para trazer à consciência uma parcela maior daquilo que é feito e das razões pelas quais as coisas são feitas”. Notamos a inexistência de palavras como “doença mental” ou “loucura” com conotação de causa pela procura por psicoterapia.

O elemento principal de toda psicoterapia é a relação terapêutica, pois as pesquisas revelam que o estabelecimento de um bom vínculo entre terapeuta-cliente é o principal fator de mudança ou melhora - independentemente das técnicas aplicadas, experiência profissional e orientação psicológica adotada. Quando a pessoa percebe tal relação como sendo de apoio e que de fato está sendo cuidada, passa a revelar informações íntimas confiando no psicólogo (algo que não ocorreria com um psicólogo frio e distante).

Um bom psicólogo não fica sob controle de seus próprios valores morais, e a partir destes, julgar ou decidir pelo cliente prejudicando o vínculo terapêutico. Ele deve ficar sob controle das contingências observadas no contexto terapêutico.

Conclui-se que independentemente das razões pelas quais a pessoa procura ajuda e da abordagem psicológica defendida pelo psicólogo, a melhora ou mudança comportamental virá sempre da boa qualidade da relação terapêutica. Afinal, quantas vezes nós não fomos com a “cara” de alguém? Isto também pode ocorrer em psicoterapia. Reducionismos como “doente”, “louco” e pessoa “neurótica” não contribuem em nada para a psicoterapia, que é autoconhecimento, produzindo mudanças.

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