quarta-feira, 10 de setembro de 2008

LIDANDO COM “BIRRAS”

Este presente texto tem por finalidade ajudar os pais a controlar comportamentos inadequados de seus filhos. Para tal, é necessário apresentar dois princípios – reforço positivo e extinção.

Reforço positivo (“positivo” tem o sentido de adição ou acréscimo) é quando um determinado comportamento ocorre e segue-se a ele apresentação de um estímulo reforçador, fazendo com que o comportamento aumente de freqüência. Ex: a criança lava louças e recebe elogios; a criança tenderá a lavá-la com maior freqüência.

Extinção ocorre com a retirada da conseqüência de um comportamento, e este é enfraquecido. Ex: a criança faz birra para conseguir um brinquedo e sua mãe não o compra; a criança pára.

Uma situação que ocorre com freqüência, é quando os pais batem na criança por ter se comportado inadequadamente, acabam se arrependendo e para eliminar seu sentimento de culpa, dão brinquedos a ela. Acontece que a criança aprendeu a seguinte relação - “quando meu pai me bate, ganho brinquedo e para que isso aconteça, preciso fazer algo que o desagrade”. O brinquedo é o reforçador positivo, portanto a freqüência de se comportar inadequadamente aumentará. Mas o que fazer quando a criança emite comportamentos indesejáveis? Utilizando o próprio reforçador só que em outra ocasião, isto é, dar atenção e elogiar quando a criança estiver fazendo sua tarefa escolar, após ter arrumado seu quarto, entre outros; desta forma a criança terá “razões” para mudar. A extinção será utilizada quando estiver se comportando inadequadamente, através da remoção da atenção e o que ocorrerá, será a redução de tal comportamento. O problema é que se caso o procedimento de extinção seja mal aplicado, as coisas podem piorar. Por ex., uma criança pede um brinquedo ao pai e ele não compra, daí a criança insiste, grita até que se “atira” no chão e seu pai acaba cedendo, logo, a criança conseguiu seu objetivo e o procedimento foi por água abaixo. O correto é “agüentar firme” até a criança parar.

De acordo com Sidman (1989) não é incomum encontrar pais que raramente falam com suas crianças, exceto para ralhar, corrigir ou criticar. As pesquisas dizem que 95% dos comportamentos adequados das crianças não recebem atenção dos pais (reforço positivo) e grande parte dos inadequados, recebem, fazendo com que as crianças não tenham muitas razões para se comportarem adequadamente.

Conclui-se que os pais deveriam dialogar mais com seus filhos, evitar punições, ficar atento para as coisas boas que eles fazem e abraçá-los com maior freqüência.


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