quarta-feira, 10 de setembro de 2008

**********CITAÇÕES**********

"Os maiores problemas enfrentados hoje pelo mundo só poderão ser resolvidos se melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano (...) O behaviorismo oferece uma alternativa promissora..." (Skinner, 1974/2004, p.11).

"A ciência é uma disposição de aceitar os fatos mesmo quando eles são opostos aos desejos. Os homens refletidos talvez tenham sempre sabido que somos propensos a ver as coisas tal como as queremos ver, em vez de como elas são; contudo, graças a Sigmund Freud, somos hoje muito mais cônscios das deformações que os desejos introduzem no pensar. O oposto do “pensar querendo” é a honestidade intelectual- um predicado extremamente importante do cientista bem-sucedido". (Skinner)

"Às vezes, os enxadristas dirigem sua atenção somente para seu próprio jogo e não prestam atenção nos lances de seu adversário e acabam perdendo a partida. Nos relacionamentos vale o mesmo: quando pensamos somente em nossas necessidades, exigências, desejos etc., acabamos por não observar as necessidades do outro e também acabamos o "perdendo"." (Marcos Congílio Jr.)

"Os homens agem sobre o mundo, modificam-no, e são modificados pelas conseqüências de suas ações" (Skinner)

"(...) Para o behaviorista radical, o louco se comporta na ausência da coisa vista, tal como eu faço em sonhos, ou nas minhas rememorações e fantasias. Talvez ele o faça com maior freqüência do que eu, mas ambos o fazemos de acordo com as mesmas leis .Estamos ambos sob o controle de outras contingências que não exclusivamente as do aqui e agora." (Matos,1993, p. 66).

"Quem tem um porquê, suporta qualquer como". (Viktor Frankl)

"As pessoas que estavam dançando foram consideradas loucas por aqueles que não podiam escutar a música" (Nietzsche)

"Você terá que estar preparado para queimar em sua própria chama. Como se renovar sem primeiro se tornar cinzas?" (Nietzsche)

*CONCEITUAÇÃO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Independente da linha teórica assumida, parece existir um consenso sobre a conceituação de Orientação Profissional. Carvalho (1995) apresenta a Orientação Profissional como o processo de fazer o indidvíduo descobrir e usar suas habilidades naturais e conhecer as fontes de treinamento disponíveis, a fim de que consiga alcançar resultados que tragam o máximo proveito para si e para a sociedade. Segundo essa autora, essa definição não é nova. Claparède (1922) apresentou definição semelhante e tal conceituação tem diso corroborada pelo Occupational Information and Guidance Service of the U. S. Office of Education, o que mantém sua atualidade. Esse conceito veio ampliar a análise do indivíduo, estendendo a orientação para diferentes áreas de sua vida, de acordo com a natureza do problema focalizado.

Tendo se desvinculado da Psicologia Educacional e do Trabalho, a Orientação Profissional passou a assumir, como objetivo auxiliar, os indivíduos tanto na situação de primeira escolha profissional, quanto na reescolha ou na readaptação a novas profissões. Isso significou um avanço na concepção psicométrica, para uma concepção mais ampla, menos voltada aos problemas ocupacionais e mais sensível às necessidades das pessoas.

Esta nova concepção ficou conhecida como "modalidade clínica" de Orientação Profissional, tendo nascido, principalmente, da influência dos trabalhos de Rogers em psicoterapia, mas foi, por intermédio de Bohoslavsky (1997), que ela se fortaleceu e alcançou maior expressão. Segundo esse autor, nas formas que ele reúne, sob a denominação de "modalidade estatística", o jovem é assistido por um psicólogo que, por meio de testes, conhece suas patidões e interesses e procura encontrar, entre as oportunidades existentes, aquelas que mais se ajustas às possibilidades e gostos do futuros profissional. Na "modalidade clínica", o jovem é apoiado no seu processo pessoal de compreensão de sua situação, para que possa, assim, chegar a uma decisão pessoal responsável sobre a escolha de uma carreira ou um trabalho.

Lucchiari (1993) afirma que a tarefa da Orientação Profissional é facilitar a escolha ao jovem, auxiliando-o na compreensão de sua situação de vida, incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. Segundo essa autora, é, a partir dessa compreensão, que ele terá mais condições de definir qual a melhor escolha, ou seja, qual a escolha possível, dado seu projeto e suas condições de vida.

Dadas essas considerações, é importante ressaltar que o termo "orientação vocacional" tem sido, atualmente, substituído pelo termo "orientação profissional", numa tentativa de evidenciar um novo posicionamento ético e filosófico da área (Lucchiari, 1993). O termo "vocacional" supõe que exista uma vocação a ser descoberta por alguém capacitado, suposição já superada pela concepção atual do homem como um ser "livre para escolher". Liberdade esta estendida dentro de uma situação específica de vida que por si só configura-se como um limite a ser descoberto e, ao mesmo tempo, ampliado. Segundo Lucchiari (1993), Orientação Profissional parece ser um termo mais adequado, à medida que remete a escolha à análise das opções disponíveis dentro de situação concretas e reais, que num dado momento da vida, serão mais adequadas ao indivíduo e que, em última instância, caberá somente a ele decidir, embora ainda existam restrições, por parte de alguns autores, à utilização desse termo.

* retirado de Moura, C. B.(2004) Orientação Profissional Sob o Enfoque da Análise do Comportamento. Campinas: editora Alínea (1). 19-20.

LIDANDO COM “BIRRAS”

Este presente texto tem por finalidade ajudar os pais a controlar comportamentos inadequados de seus filhos. Para tal, é necessário apresentar dois princípios – reforço positivo e extinção.

Reforço positivo (“positivo” tem o sentido de adição ou acréscimo) é quando um determinado comportamento ocorre e segue-se a ele apresentação de um estímulo reforçador, fazendo com que o comportamento aumente de freqüência. Ex: a criança lava louças e recebe elogios; a criança tenderá a lavá-la com maior freqüência.

Extinção ocorre com a retirada da conseqüência de um comportamento, e este é enfraquecido. Ex: a criança faz birra para conseguir um brinquedo e sua mãe não o compra; a criança pára.

Uma situação que ocorre com freqüência, é quando os pais batem na criança por ter se comportado inadequadamente, acabam se arrependendo e para eliminar seu sentimento de culpa, dão brinquedos a ela. Acontece que a criança aprendeu a seguinte relação - “quando meu pai me bate, ganho brinquedo e para que isso aconteça, preciso fazer algo que o desagrade”. O brinquedo é o reforçador positivo, portanto a freqüência de se comportar inadequadamente aumentará. Mas o que fazer quando a criança emite comportamentos indesejáveis? Utilizando o próprio reforçador só que em outra ocasião, isto é, dar atenção e elogiar quando a criança estiver fazendo sua tarefa escolar, após ter arrumado seu quarto, entre outros; desta forma a criança terá “razões” para mudar. A extinção será utilizada quando estiver se comportando inadequadamente, através da remoção da atenção e o que ocorrerá, será a redução de tal comportamento. O problema é que se caso o procedimento de extinção seja mal aplicado, as coisas podem piorar. Por ex., uma criança pede um brinquedo ao pai e ele não compra, daí a criança insiste, grita até que se “atira” no chão e seu pai acaba cedendo, logo, a criança conseguiu seu objetivo e o procedimento foi por água abaixo. O correto é “agüentar firme” até a criança parar.

De acordo com Sidman (1989) não é incomum encontrar pais que raramente falam com suas crianças, exceto para ralhar, corrigir ou criticar. As pesquisas dizem que 95% dos comportamentos adequados das crianças não recebem atenção dos pais (reforço positivo) e grande parte dos inadequados, recebem, fazendo com que as crianças não tenham muitas razões para se comportarem adequadamente.

Conclui-se que os pais deveriam dialogar mais com seus filhos, evitar punições, ficar atento para as coisas boas que eles fazem e abraçá-los com maior freqüência.


Obesidade: nem sempre água com açúcar acalma.

De acordo com Heller (2004), grande parte das crianças obesas são tristes. Elas se envergonham de suas figuras sem formas, embora não consigam escondê-las. Onde quer que vão, chamam a atenção. Não há dúvida que a obesidade é uma forma de existência não desejável para uma criança. É ainda menos desejada para um adolescente, para quem até mesmo pequenos graus de sobrepeso podem funcionar como uma barreira destruidora numa sociedade obcecada pela magreza.

Um fator importante é analisar uma possível influência do ambiente familiar com a gênese da obesidade, para tal, vamos voltar à infância.

Desde o nascimento a comida vem associada ao prazer. Quando o bebê chora, a mãe lhe dá o peito, o calor do corpo da mãe, seu cheiro e o carinho do toque recebido durante a amamentação são as primeiras associações entre prazer e alimento. O alimento é o prazer mais primitivo ao qual o homem tem acesso desde seu nascimento. Esta relação normal e adaptativa pode, entretanto, em função de aprendizado futuro, se generalizar para outras situações tornando-se inadequada. Muitos pais dão guloseimas para seus filhos para que estes parem de chorar, de fazer bagunça ou simplesmente para que fiquem quietos (Heller, 2004).

Imaginem que uma criança acorde assustada de madrugada, e os pais propõem - “Tome está água com açúcar, que você se sentirá melhor”. O que os pais, acidentalmente, ensinaram ao seu filho? A criança “aprendeu” que para amenizar suas frustrações basta consumir açúcar; na adolescência, poderá abusar de doces quando se sentir ansiosa e conseqüentemente seu peso vai aumentando gradativamente. Na escola recebe apelidos “carinhosos” como baleia, bola, entre outros e a criança passa a evitá-la, apresentando baixo rendimento escolar, tendo baixa auto-estima podendo apresentar déficit social. Caso alguém a questione a respeito desta forma de lidar com suas frustrações, pode ser que não saiba responder por não se lembrar que a princípio foram seus pais que acidentalmente a estimularam durante a infância através do aprendizado de uma nova forma de se relacionar com a comida (também serve para “acalmar”).

A psicoterapia é útil para que a pessoa observe a relação que está fazendo com a comida, levando-a ao enfrentamento de suas frustrações de maneira mais adaptativa. É importante acompanhamento com nutricionista, endocrinologista e consultar um profissional de educação física para planejar um programa de exercícios.

Quem faz psicoterapia não é doente mental.


A pessoa que faz psicoterapia não é considerada “louca” ou “neurótica” e muito menos portadora de doença mental. Como tão bem disse o Prof. Lannoy Dorin, autor de quase 40 livros na área, “a maior parte dos transtornos comportamentais e da personalidade nada tem a ver com doença. Eles são devido ao que não vemos e não fotografamos, como insegurança, amor, raiva, ódio, tristeza, desejo, saudade, tédio, solidão, depressão, ciúme, remorso, complexos, etc”. Não existe uma clara definição do que é ser “normal” ou “anormal”.

De acordo com a psicóloga Mariuza Pregnolato, autora de diversos artigos na área com publicações na mídia, os principais motivos que levam as pessoas a procurarem psicoterapia são: dificuldades nos relacionamentos amorosos, depressão, baixa auto-estima e transtornos comportamentais. Existem ainda pessoas que desejam apenas se conhecer melhor, outras porque estão indecisas quanto ao futuro profissional necessitando de orientação profissional/vocacional, nada tendo a ver com “loucura”.

Skinner afirma que “a psicoterapia é, freqüentemente, um espaço para aumentar a auto-observação, para trazer à consciência uma parcela maior daquilo que é feito e das razões pelas quais as coisas são feitas”. Notamos a inexistência de palavras como “doença mental” ou “loucura” com conotação de causa pela procura por psicoterapia.

O elemento principal de toda psicoterapia é a relação terapêutica, pois as pesquisas revelam que o estabelecimento de um bom vínculo entre terapeuta-cliente é o principal fator de mudança ou melhora - independentemente das técnicas aplicadas, experiência profissional e orientação psicológica adotada. Quando a pessoa percebe tal relação como sendo de apoio e que de fato está sendo cuidada, passa a revelar informações íntimas confiando no psicólogo (algo que não ocorreria com um psicólogo frio e distante).

Um bom psicólogo não fica sob controle de seus próprios valores morais, e a partir destes, julgar ou decidir pelo cliente prejudicando o vínculo terapêutico. Ele deve ficar sob controle das contingências observadas no contexto terapêutico.

Conclui-se que independentemente das razões pelas quais a pessoa procura ajuda e da abordagem psicológica defendida pelo psicólogo, a melhora ou mudança comportamental virá sempre da boa qualidade da relação terapêutica. Afinal, quantas vezes nós não fomos com a “cara” de alguém? Isto também pode ocorrer em psicoterapia. Reducionismos como “doente”, “louco” e pessoa “neurótica” não contribuem em nada para a psicoterapia, que é autoconhecimento, produzindo mudanças.